quarta-feira, 22 de junho de 2011

Botões do cachorro!

Que pena que não nasci cachorro
Deus fez os animais segundo a sua espécie.. e viu que era bom” (Gn 1,15) “Deus fez o homem a sua imagem e semelhança.. e viu que era Muito Bom” (Gn1, 26. 31). E Jesus se identificou com homem (Mt 25, 40).
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Sonho. Fantasia. Diálogo com meus botões!
Sou um morador de rua. Passo o dia todo estirado ao chão porque não tenho coragem de olhar para os que passam, indiferentes, ao meu lado.
Vejo muita gente. Dificilmente vejo passar algum cachorro. Nem vira-lata sequer. Os que foram postos na rua, como eu, muitos não estão mais nela. Já apareceu “uma alma generosa” que os recolheu. Até quem me jogou na rua tem seu cão. Provavelmente, nunca terá coragem de fazer com ele o que fez comigo.
Ah, que pena que não sou um cachorro!… Assim fosse, talvez já me teriam recolhido. Ao menos, quem sabe, me encaminhado a um abrigo.
Ah, que pena que não sou um cachorro!… Haveria alguém que me assumiria, me levaria ao doutor, compraria as vacinas de que necessito, os remédios, trataria das minhas feridas.
Ah, que pena que não sou um cachorro!… Eu teria minha casinha própria, nem precisaria lavar minha casa. Quem me tivesse assumido lavaria para mim.
Ah se eu tivesse nascido cachorro!… Aqui na rua não tenho onde fazer minhas necessidades e tomar banho. Se eu fosse um cão, tudo isto estaria previsto!
Mas eu sou humano!… Ninguém se detém para falar comigo!
Se eu fosse um cão, meu dono me levaria a passear!…
Ah, que pena que não sou um cachorro!… Poderia até entrar na casa do meu dono. Ser abraçado, acariciado. Mesmo que eu não pudesse trabalhar, minha comida, remédio, banho, corte de cabelo… Tudo estaria garantido. Seria um bicho de estima-ção. Seria estimado por alguém que cuidaria de minhas necessidades mais fundamentais.
Hoje me pergunto: se eu fosse um cão?
Se eu fosse um cão eu não seria gente!
Eu não seria filho de Deus, templo do Espírito Santo.
Seria uma criatura, mas não teria sido criado “a sua imagem e semelhança”
Eu não seria, no juízo final, o mais mencionado pelo Rei Jesus.
Se eu fosse um cão as pessoas não poderiam ver Jesus em mim.
Ah, como eu sou feliz por não ser um pessoa humana!… Por ser gente!
Ah, como eu sou feliz, apesar de, as vezes me sentir só e abandonado!
Eu sou o “pobre Lázaro” de hoje sobre o qual Jesus falou. Eu sou aquele que quer ao menos as migalhas das vossas mesas ou uma pequena parte do que é dado e gasto com os animais de estimação.
No dia em que, ao menos os cristãos gastarem conosco, moradores de rua, 1% do que gastam com seus animais de estimação, não precisaremos mais permanecer na rua. Se há lugar para os animais, haverá também para nós, moradores de rua.
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Evangelho é boa notícia. Não é uma acusação, mas uma boa notícia. Podemos acolhê-lo e nos esforçar para pô-loem prática. E isso representa um grande desafio.
Façamos a nossa parte, sendo fiéis nas pequenas coisas.
Se seguirmos os conselhos de Jesus nos alegraremos com Ele e com os pobres por toda eternidade.
Pode ser que você não concorde com a reflexão. Ela é, antes de tudo, uma auto reflexão.
Este artigo é escrito para mim mesmo! Quem sabe pode ajudar alguém mais!
Não há nenhuma intenção de ser contra quem oferece proteção aos animais.
Eles são criaturas maravilhosas do mesmo Deus que criou o homem a sua imagem e semalhança.
Eles merecem respeito e cuidado, como toda a criação.
O que importa, aqui, é deixar-nos iluminar pela Plavra de Jesus que nos manda reconhecê-lo no irmão, seja ele quem for.
Feliz de quem ouve a Palavra de Deus e a põe em prática, disse Jesus.
Coloco abaixo dois textos que podem nos servir de motivação. Se quiser medite-os. É a Palavra de Jesus para nós:
Lc 16, 19 – 25: “Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho finíssimo, e que todos os dias se banqueteava e se regalava. Havia também um mendigo, por nome Lázaro, todo coberto de chagas, que estava deitado à porta do rico. Ele avidamente desejava matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico… Até os cães iam lamber-lhe as chagas. Ora, aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. E estando ele nos tormentos do inferno, levantou os olhos e viu, ao longe, Abraão e Lázaro no seu seio. Gritou, então: “pai Abraão, compadece-te de mim e manda Lázaro que molhe em água a ponta de seu dedo, a fim de me refrescar a língua, pois sou cruelmente atormentado nestas chamas”. Abraão, porém, replicou: “filho, lembra-te de que recebeste teus bens em vida, mas Lázaro, males; por isso ele agora aqui é consolado, mas tu estás em tormento”…
Mt 25, 31 – 46: “Quando o Filho do Homem voltar [...] colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então, o Rei dirá aos que estão à direita: “vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo, porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim”. Perguntar-lhe-ão os justos: “senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos? Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar”? Responderá o Rei: “em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes”.Voltar-se-á em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá: “retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos. Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; era peregrino e não me acolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e na prisão e não me visitastes”.Também estes lhe perguntarão: “Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão e não te socorremos”? E ele responderá: “em verdade eu vos declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer. E estes irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna”.

É possível ser santo?

“Sou santo”! Quando ouvimos uma declaração dessas nos assustamos ou achamos presunção, orgulho, vaidade. Facilmente retrucamos afirmando: “Santo de pau oco?!”.

A santidade nos parece algo tão distante ou quem sabe meio impossível. Por isso nem pensamos muito em persegui-la para alcançá-la. Embora Jesus nos tenha ordenado: "...sede perfeitos(santos), assim como vosso Pai celeste é perfeito" ( Mt 5,48).

Podemos mesmo pensar que a santidade seja um chamado e uma possibilidade apenas para algumas pessoas especiais como papas, bispos, fundadores de comunidades e congregações religiosas. Mas não é assim. A santidade é uma possibilidade para todos, de um modo especial para os batizados.

No batismo recebemos o Espírito Santo. Não dizemos fogo quente. Pois, só será fogo se for quente. Nem gelo frio. Se não for frio não será mais gelo. Assim dizemos que o Espírito que recebemos no Batismo é Santo. Logo sua função é santificar. A função do fogo é aquecer. A do gelo, esfriar. A do Espírito, santificar.

No livro do êxodo vemos uma bela passagem que nos pode ajudar entender a santidade: “Moises notou que sarça estava em chamas, mas não se consumia” (Ex 3, 2). Deus disse a Moisés: “Tira as sandálias dos pés, por que o lugar onde estás é uma terra santa” (Ex, 3,5).
Passemos ao Novo Testamento e para nossa vida.

a. A chama que queima é não se consome é o Espírito Santo que recebemos em nosso batismo. Ele é Deus. Esta em nós. É uma chama divina que habita em nosso interior é que jamais se consome. Quando iniciamos um fogo, se não formos pondo lenha, ele apaga. Consumida a lenha termina o fogo. A chama do fogo do Espírito Santo é esta “sarça” que queima sem parar em nosso interior. Que é capaz de queimar o tempo todo e não se consumir. Não termina, pois é uma chama divina que não necessita que se reponha a lenha.

b. Esta terra é santa. Quem a santifica é a presença da chama ardente que não se consome. Que permanece acessa. A terra trona-se santa devido a chama que nela esta queimando. Aqui nos damos conta que há verdadeiramente a possibilidade de sermos santos. A santidade é possível não por que sejamos uma terra santa por nós mesmos. Somos e continuamos pecadores, mas em nós arde uma chama, “a chama do amor”, a chama do Espírito Santo. Quem se deixa iluminar, aquecer por ela. Quem segue este conselho da Palavra de Deus: “deixai-vos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis os apetites da carne" (Gl 5,16), crescerá em santidade, tornar-se-á “uma terra santa”.

Santidade é uma obra do Espírito Santo em nós. Assim como o fruto é uma “obra” da árvore, a pintura uma obra do pintor, a escultura do escultor, a santidade é uma ação do Espírito Santo. Esta santidade que poderá ser percebida pelos frutos daquela “terra” na qual arde a “sarça” do Espírito: “o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança" ( Gl 5,22).
c. “Tira as sandálias dos pés”. Posso pisar sobre um fio elétrico e levar um grande choque ou não. Depende do isolante que eu tenha em meu calçado. Deus diz a Moises: “tira o isolante dos teus pés”. Tira as sandálias! Pisa na terra! Entra em contado direto com ela. Sinta o calor da terra. Deus deu-nos o Espírito Santo. Quis colocá-lo tão em contado conosco que acabou colocando-O dentro de nós mesmo. Somos por Ele habitados para estarmos em contado direto o tempo todo e totalmente com Ele. Onde há isolante a energia não chega. A cinza que se acumula sobre a brasa não permite que ela aqueça o churrasco. É preciso soprá-la. Jesus "soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo" (Jo 20,22). O calor do Espírito nos aquece. Com esta força podemos progredir na santidade.

Se até hoje buscamos a santidade pelas nossas boas obras, renúncia, sacrifícios, podemos continuar. Mas, vamos acrescentar a súplica constante para que o Pai dos Céus que nos adotou como filhos, continuamente, sopre sobre “as brasas do Espírito” que recebemos no batismo. Que a chama da sarça do Espírito cresça sempre mais nesta terra, templo do Espírito, que somos, como nos diz a Palavra: "não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis?" (1Cor 6,19). Desta forma nos tornaremos cada dia mais santos, por que possuídos, fortificados e guiados pelo Espírito Santo.

Peçamos todos os dias: Sarça ardente do Divino Espírito, que habitas em mim, e que me tornas-te santo no Batismo, ajuda-me progredir no caminho da santidade e produzir os frutos do Espírito.
Então não precisarei dizer para ninguém: “sou santo”! Esta declaração estará dispensada pois "Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinhos e figos dos abrolhos?" (Mt 7,16).

>"Encontrei o amor de minha vida"

"Encontrei o amor de minha vida" (Cânticos 3,4).
Que bela e maravilhosa declaração pública: encontrei o amor de minha vida.
Uma verdadeira proclamação aos quatro ventos.
Quantos não há que dia e noite estão à procura do amor de sua vida. Como almejam encontrar o amor de sua vida.
Quantos disseram ter encontrado o amor de sua vida, mas, de repente, mudaram de opinião. Aquele que parecia ser o amor de sua vida, já não era mais o amor de sua vida.
Para haver encontro supõe antes uma busca. Um ir. Quando se busca é porque ainda não se encontrou e não se sabe onde está.
A única certeza na busca é que se tem um desejo de encontrar. O encontro é marcante, por isso. Ele é resultado de uma busca. Busca por vezes longa, dolorosa e penosa.
Mas, quando, finalmente, se encontra, festeja-se. Quanto mais longo, difícil e desafiante foi a busca, maior a festa do encontro.
Encontrei o amor de minha vida!
Não um amor, mas O amor de minha vida.
Amores com “a” minúsculos são necessários muitos, pois nunca satisfazem. Mas Amor com “A” maiúsculo basta um.
Este foi o amor que Maria Madalena encontrou. Não só ela, mas tantos outros já o encontram. Um amor que não compete com outros amores. Amor que é único, pleno e incomparável com os demais.
Quem ainda não encontrou este amor fica se perguntando por que alguém vibra tanto e está tão encantado com Ele.
Quando alguém fala que encontrou o amor de sua vida, nem diz que é uma pessoa. Todos já supõem que ao se falar de “amor de minha vida” está se referindo a uma pessoa.
De fato, o amor de minha vida é uma Pessoa. E esta pessoa é um Deus. E esta pessoa que é Deus tem um nome: Jesus!
Quem o encontra não o confunde mais com outros amores. Não o compara com os outros amores. Não despreza os outros amores, mas não o troca por nenhum deles.
Este é amor de minha vida! Uma pessoa que me ama e me aceita quando acerto e quando erro. Quando O adoro e quando O “decepciono”. Um amor que as palavras não são suficientes para descrevê-lo.
Desejo que seja também o amor de sua vida.
Então, eu e você, poderemos afirmar onde estivermos e para quem nos perguntar: “Você já teve um grande amor em sua vida?” Responderemos: “Não!”. Não tive um grande amor em minha vida. TENHO um grande amor.
O grande amor de minha vida é Jesus.
Ele deseja ser também o amor de sua vida.